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Fake news: como lidar com o maior perigo das redes sociais

Fake news: como lidar com o maior perigo das redes sociais

Uma mentira compartilhada várias vezes se torna uma verdade ou continua sendo a mesma mentira? O impacto das fakes news está sendo estudado em diversos âmbitos. A forma como estas notícias influenciam nas relações das pessoas, tanto no digital quanto no presencial, merece atenção. E as redes sociais já perceberam isto. Talvez você não se importe tanto pelo assunto, mas é importante. As fake news interferem diretamente no dia-a-dia. E é importante perceber como os veículos de mídia se adaptam para conter esta onda de desinformação.

1. O que são as fake news?

Antes de tudo, é preciso entender a estrutura de uma notícia falsa. São textos de caráter noticioso, bem escritos ou não, mas que possui algumas falhas no que diz respeito ao texto jornalístico. Em geral carecem de fontes, exacerbam fatos e colocações e apelam para o lado emocional.

Os produtores de fake news se aproveitam de duas coisas comuns, depois do crescimento das redes sociais: perfis falsos e bots.

Os perfis falsos, em sua maioria, não possuem muitos amigos ou publicações antigas. Também não contém uma quantidade boa de fotos ou informações. As páginas curtidas, ou perfis seguidos, geralmente são de uma única vertente política ou linha de pensamento. O objetivo destes é propagar fake news dentro de um grupo de interesse, que se encarregará de replicar as informações.

Os robôs agem de maneira semelhante. Linhas de código, criadas para replicar o comportamento humano e propagar notícias. Entre as redes sociais da atualidade, o Twitter é o maior agregador de robôs. A InternetLab realizou um estudo com a quantidade de robôs na rede social entre os seguidores dos presidenciáveis brasileiros.

2. Redes sociais contra as notícias falsas

Não é de se estranhar que as redes sociais possuem papel de influência neste assunto. Afinal, são através delas que grande parte das fake news ganham corpo e voz. E o caso merece tanta atenção quanto for necessária. As eleições presidenciais americanas de 2016 são questionadas até hoje sobre a influência russa, uso de bots e propagação de fake news.

Facebook

Recentemente, Mark Zuckerberg, criador do Facebook, teve de dar explicações para o Senado estadunidense sobre sua rede social. A investigação era sobre a divulgação de dados de 87 milhões de usuários, uso de bots na campanha de Donald Trump e fake news na rede.  Recentemente, em uma ação de combate à fake news, a rede social tirou de circulação mais de 190 páginas ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL).

Google

O buscador mais acessado da internet foi alvo de críticas por exibir sites propagadores de fake news em seus resultados. Em resposta, o Google contribuiu com a fundação do First Draft News, plataforma de checagem de fake news. Além disto, o Google lançou o NewsLab, plataforma voltada inteiramente para jornalistas.

Twitter

A rede social com a maior quantidade de bots anunciou sua medida contra os bots propagadores de fake news: contas verificadas para todos os usuários. O que antes era exclusividade de celebridades e influenciadores passará a valer para contas confiáveis. Logo, ficara mais fácil do usuário saber quem é bot ou não.

Apps contra fake news

O mercado de tecnologia está atento à necessidade de sistemas que previnam contra as fake news. A empresa brasileira Mundiware, especializada em sistemas para jornais, cria aplicativos voltados para a publicação e compartilhamento de notícias. Estes permitem publicação em diversas mídias simultaneamente, leitura dinâmica em dispositivos e oferecem mais segurança aos usuários.

3. Como identificar uma fake news

Não é difícil perceber que uma notícia é possivelmente falsa. Basta apenas prestar atenção a alguns detalhes. Afinal, você não quer infestar sua rede social com notícias que não são verdadeiras. Separamos alguns passos que devem ser seguidos, para sacar se aquela notícia é ou não fake news:

  • Fonte: verifique a fonte de todas as notícias que compartilhar. O título pode ser chamativo, mas, veículos sem credibilidade e desconhecidos tendem a propagar mais fake news;
  • Não leia somente o título: este é um passo importante. Muitas notícias compartilhadas possuem o chamado click bait – títulos chamativos, apenas para gerar acessos. Visite a página e veja se a chamada faz referência ao restante do conteúdo.
  • Piadas: alguns sites fazem sátiras em formato de matérias jornalísticas. Sensacionalista e Joselito Müller são exemplos bastante comuns na rede. Cheque se a informação não é de algum site do tipo.
  • Republicação: veja se outros sites também deram a mesma notícia. De preferência sites com credibilidade. Se não, as chances de serem fake news crescem bastante.
  • Data: veja quando a notícia foi divulgada. Em alguns casos, pode ser algo antigo, mas que ganhou peso somente agora.
  • Quem escreveu: veja se a matéria possui uma assinatura. Pode ser uma pessoa real ou um pseudônimo. Faça uma pesquisa rápida sobre ele.
  • Converse com quem entende: consulte especialistas em fake news. Existem sites especializados em fact-checking. Eles podem ajudar bastante nesta tarefa.
  • Tendência: por último, mas não menos importante. Veja qual o posicionamento do texto. Independente de bandeira social e econômica. É um texto que apela para o emocional? Então pode ser uma fake news.

Evitar o compartilhamento de notícias falsas é uma prática mais do que social. Quem depende do meio digital para fazer negócios também é penalizado por atitudes assim. O compromisso com a verdade não é responsabilidade somente do jornalismo. É de todos nós.

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