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Desafio dos 10 anos: a estratégia por trás da brincadeira.

Desafio dos 10 anos: a estratégia por trás da brincadeira.

A brincadeira de publicar uma foto sua 10 anos antes e uma 10 anos depois tomou a internet e as redes sociais.

Tudo estava correndo inocentemente até que uma especialista em tecnologia pontuou uma questão preocupante sobre a brincadeira.

Kate O’Neill, em seu artigo para a Wired, explicou que essa brincadeira poderia ser uma estratégia para alimentar um banco de dados enorme e treinar algoritmos de reconhecimento facial. O objetivo é fazer os algoritmos entenderem o envelhecimento humano.

Mas, afinal, esse desafio foi apenas uma brincadeira inocente ou Kate estava correta?

Neste artigo, explicaremos o que de fato pode estar por trás desse desafio.

Nada na internet é por acaso

De acordo com a Hootsuite e We Are Social, há mais de 4 bilhões de pessoas conectadas à rede, enquanto estimativas recentes apontam que são, em média 7, 6 bilhões de seres humanos em todo o mundo.

Falando diretamente em números, em 2018 havia 4,021 bilhões de pessoas online (53% de todas as pessoas do planeta), vale ressaltar que houve um aumento de 7% em relação ao ano anterior.

Esses dados mostram que os indivíduos estão cada vez mais inseridos no mundo da internet. E principalmente fazendo uso de mídias sociais.

A internet é muito mais do que se pode ver e entender, a maioria da população utiliza nem a ponta do iceberg da totalidade do que existe online.

Mas, a maioria das pessoas estão inserida nas redes sociais, o que as torna uma terra de ninguém, onde tudo se torna viral em questão de segundos.

Com o aumento de número de usuários e interação, as redes sociais passaram a comandar o mundo dos negócios e dos famosos. As pessoas perderam o senso de privacidade, e a chance de ficar famoso ao publicar algo fez com que momentos pessoais se tornassem algo público. O banal se tornou rentável.

Algo que viralizou recentemente no Facebook, Instagram e Twitter foi o #10YearsChallenge (desafio dos 10 anos). Nesse desafio as pessoas postavam em suas redes sociais fotos de 10 anos atrás e outra foto atual ao lado. Após o desafio tomar proporções enormes, levantou-se o questionamento sobre haver uma estratégia por trás dessa brincadeira.

Isso é tão Black Mirror

Enquanto muitos entraram na onda do desafio, especialistas levantaram a bandeira vermelha e afirmaram que o mesmo pode ter sido uma estratégia que serviu como coletas de dados disfarçada de campanha viral.

A coleta de dados teria o intuito de treinar um algoritmo de reconhecimento facial sobre características relacionadas à idade. Esse algoritmo iria favorecer muitas empresas, pois os dados seriam úteis para aprimoramento de sensores de face, e principalmente para propagandas direcionadas.

Parece até que estamos falando de uma sinopse para um episódio muito louco de Black Mirror, não é? Mas não, o fato é que tudo na internet pode ser transformado em estratégia, mas muitas pessoas não notam que isso pode estar bem diante dos seus olhos.

Todas as fotos postadas publicamente podem ser vistas por milhões de pessoas em todo o mundo.

Recentemente o Facebook se envolveu em um escândalo milionário de venda de dados pessoais. A empresa britânica Cambridge Analytica usou testes de personalidade e curtidas no Facebook para coletar dados de usuários em 2014.

A empresa coletou dados que revelaram o perfil psicológico completo de cerca de 87 milhões de pessoas.

Essas informações foram processadas e utilizadas para a campanha eleitoral de Donald Trump. Os usuários começaram a receber propaganda política personalizada a partir das informações.

Vale a pena a paranoia?

Empresas treinarem algoritmos é algo inevitável, não dá para controlar. É importante para a atualização de novas informações e tecnologias. Mas, isso pode nos causar algum mal?

Não necessariamente, afirma Kate O’Neill. Só precisamos estar atentos a nossa interação com a tecnologia. Pois, muitas vezes ela pode ser usada para favorecer muitas empresas de forma negativa.

No entanto, o treinamento de algoritmos (e inteligência artificial) pode ser algo positivo, como aconteceu em 2018, onde a polícia em Nova Delhi (Índia) conseguiu rastrear quase 3.000 crianças em apenas quatro dias fazendo uso da tecnologia de reconhecimento facial.

Mas, o que não se pode negar é que saber que a sua face está sendo estudada, analisada e armazenada é algo assustador. Apesar dos algoritmos serem importantes para avanço tecnológico, a invasão de privacidade que isso representa também é enorme.

Não temos 100% de certeza se essa brincadeira foi uma estratégia para analisar dados e coletar informações. Mas, momentos como esses são importantes para se pensar que nada na internet é por acaso.

Se vale a paranoia, isso só você e a sua privacidade vai poder dizer.

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E então, entendeu como nada acontece por acaso? Comenta aí qual a sua opinião sobre o fato, e se para você a paranoia é válida.

 

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